O ciclo do petróleo se iniciou no estado do Rio de Janeiro em 1974, com a descoberta do primeiro campo comercial na Bacia de Campos. Assumindo a liderança da produção nacional a partir de 1983, essa área produtora representou um grande desafio tecnológico para a Petrobras em razão não só da natureza offshore da localização das jazidas, mas pela grande profundidade delas.

Não por acaso, foi somente a partir da segunda metade da década de 1990 que a indústria de exploração e produção de petróleo e gás natural se tornou o principal motor de dinamismo econômico do estado do Rio de Janeiro. Durante o ciclo de expansão da produção na Bacia de Campos, se formou a primeira “região petrolífera” do estado do rio de Janeiro, situada na costa entre o Norte Fluminense e a Baixada Litorânea e formada pelos municípios favorecidos pelo rateio de royalties e participações especiais previstos na Lei do Petróleo de 1997.

Com o objetivo de acompanhar as transformações então em curso, foi criado em 2001 o Observatório Socioeconômico do Norte Fluminense, que articulava pesquisadores de universidades localizadas no município de Campos dos Goytacazes, principal polo universitário da região.

A articulação funcionou até 2008, quando por razões diversas, foi descontinuado. Coincidentemente, nessa mesma época se iniciava o novo ciclo da economia do petróleo, com a descoberta e início da produção do pré-sal na Bacia de Santos e o auge da Bacia de Campos, em 2011. Desde então, verifica-se o deslocamento da “região petrolífera” para o sul, incluindo municípios da região metropolitana do Rio de Janeiro, enquanto o Norte Fluminense descortina o declínio de seu próprio ciclo. Com isso, iniciamos uma nova articulação de pesquisa para acompanhar o processo em curso, com a criação em 2019 do Observatório Socioeconômico dos Municípios Produtores de Petróleo do Estado do Rio de Janeiro – OBPETRO.

O novo observatório é formado por pesquisadores de Campos dos Goytacazes, Macaé e Rio de Janeiro, visando dar conta da nova regionalidade que tem se constituído no atual ciclo do petróleo e gás natural no estado do Rio de Janeiro.